sábado, 14 de março de 2009

Relembrando


Um refrigerante com bastante gelo e limão fica delicioso, não é? Mas, e se a gente trocasse o limão por uma nota de R$ 1? Aceita? Ninguém é louco - ainda bem - de experimentar uma bebida com dinheiro dentro. Só que aquele limãozinho tem a casca mais suja do que a mais suja das cédulas de R$ 1. Para contar melhor essa história, o Fantástico convoca o paladino da limpeza, o Doutor Bactéria. “Quem é que dispensa um limãozinho no peixinho, na salada, ou no seu refrigerante preferido? Ou, ainda, uma rodela de laranja no guaraná? O problema é que você não sabe por onde eles podem ter passado antes de chegar na sua mesa”, alerta o biomédico Roberto Figueiredo. “Normalmente eles vêm da roça e são transportados para o Ceasa. E é lá que a gente compra o limão”, conta um feirante. As manchas verdes na caixa do limão indicam bolor. “É difícil não ter bactéria numa fruta de casca, que todo mundo põe a mão”, afirma outro feirante. E nós acabamos consumindo essa sujeira. Foi o que provou uma microbiologista de New Jersey, nos Estados Unidos. Ela analisou o limão servido em 21 restaurantes. E sete em cada dez fatias de limão estavam contaminadas por 25 tipos de bactérias - inclusive por coliformes fecais, que são aqueles germes encontrados nas fezes. O Fantástico também testou o nível de contaminação da laranja e do limão em bares e restaurantes das zonas norte, sul, leste e oeste de São Paulo. As suspeitas foram confirmadas. Para quem pensava que aquele simples limãozinho ou aquela rodela de laranja não representava risco nenhum, os resultados demonstraram a presença de coliformes fecais tanto no limão quanto na laranja. No total, 76% das amostras recolhidas em toda a cidade tinham, além de vestígios de fezes, bactérias de saliva e de secreção do nariz, que podem causar uma série de doenças: nos olhos, nariz, garganta, ouvido e também intoxicações alimentares. Para comparar, também analisamos uma nota de R$ 1. Por mais improvável que pareça, a quantidade de bactérias fecais foi inferior à encontrada tanto na laranja quanto no limão. Por isso é importante aprender a limpar direitinho as frutas. É preciso apenas usar água sanitária. Mas antes, deixe o limão e a laranja na geladeira por duas horas. Não lave as frutas em temperatura ambiente. “Se você colocar numa água na mesma temperatura, ele vai agir como se fosse um rolo de papel higiênico quando você joga na água. O que ele faz? O rolo de papel higiênico absorve a água. E se tiver uma contaminação, ela vai para dentro do limão”, explica o Dr. Bactéria. Depois de resfriadas, lave as frutas e mergulhe-as numa bacia de água. Para cada litro, acrescente uma colher de sopa de água sanitária, no máximo, durante cinco minutos. Depois é só enxaguar bem. Limpe, com a mesma solução, a faca e a tábua de plástico. Finalmente, guarde o limão e a laranja na geladeira, que é para as bactérias não crescerem. “Procure saber se o local que você freqüenta higieniza corretamente tanto a laranja quanto o limão. São cuidados como esses que vão garantir uma refeição sem bactérias”, aconselha o Dr. Bactéria.

Fantástico 21/09/2008

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