sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Mania de escrever


por Moacyr Scliar

Nos últimos anos a tecnologia possibilitou identificar no cérebro as regiões responsáveis por muitas funções intelectuais. Mas será possível aperfeiçoar esse conhecimento? Será possível identificar, por exemplo, uma área responsável pelo impulso que leva uma pessoa a escrever?Esta foi a pergunta que se fez a neurologista americana Alice Weaver Flaherty, da Universidade Harvard, e que procurou responder no livro The midnight disease: the drive to write, writer’s block, and the creative brain (A doença da meia-noite: o impulso para escrever, o bloqueio do escritor, o cérebro criativo). Sua motivação era, antes de mais nada, pessoal. Pouco tempo depois de dar à luz gêmeos prematuros que em seguida faleceram, ela sentiu um desejo irresistível de escrever, e sobre qualquer coisa. Um ano depois, novo parto; de novo gêmeos, que desta vez sobreviveram, mas de novo o incontrolável impulso da escrita.Hipergrafia é o termo médico para descrever essa situação, conhecida há muito tempo: o poeta romano Juvenal falava, no primeiro século d.C. da “incurável doença da escrita”. Recentemente constatou-se que a hipergrafia é freqüentemente desencadeada pela epilepsia do lobo temporal, e que às vezes está associada à doença bipolar, na qual a mania se alterna com a depressão, sendo que os antidepressivos conseguem “estancar” o fluxo verbal. O impulso para escrever parece originar-se no sistema límbico – conjunto de células cerebrais associadas à emoção – e transformado em idéias “editadas” pelos lobos temporais. Alguns portadores de hipergrafia tornaram-se famosos. O pastor americano Robert -Shields manteve, de 1972 a 1997, diários que retratavam sua vida minuto a minuto e que encheram 94 caixas de papelão num total de 75 mil páginas, o suficiente para dar uns 4 mil livros de porte razoável. Virginia Ridley, da Geórgia, escreveu menos, 10 mil páginas, mas o seu texto foi mais útil: quando ela morreu de forma misteriosa, serviu para absolver o viúvo, acusado de assassinato (problema deve ter tido a polícia para ler tantas páginas).E também existem escritores prolíficos, aqueles que escrevem muito. O que não é necessariamente um sinal de talento. A lista dos autores mais produtivos do mundo inclui nomes absolutamente desconhecidos para a maioria dos leitores, como o da sul-africana Mary Faulkner, que, diferente daquele outro Faulkner – o William – não ganhou o Nobel mas está em primeiro lugar na lista de recordes do Guiness, como autora de 904 livros; Lauran Paine, autor de 850 publicações; e Prentiss Ingraham que publicou 600 obras, das quais 200 sobre o cowboy Buffalo Bill. Mas na lista também estão os reputados Georges Simenon, criador do Inspetor Maigret (mais de 500 livros) e John Creasey, autor de conhecidos thrillers. Prolíficos foram também Charles Dickens, Honoré de Balzac e Victor Hugo. Segundo Shakespeare, autor razoavelmente fecundo, há mais coisas entre o céu e a terra do que alcança a nossa vã filosofia. O mesmo se pode dizer do processo criativo.

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Texto extraído de:

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Porto de Galinhas: a praia favorita do brasileiro


Publicado em 28.10.2008, às 22h35

Do JC OnLine

Pela oitava vez, Porto de Galinhas foi eleita a praia favorita dos brasileiros. No Prêmio O Melhor de Viagem 2008, foi de Fernando de Noronha a pousada escolhida como a melhor do País. O arquipélago também foi eleito o segundo melhor destino de ecoturismo. Pernambuco também foi destaque nos quesitos cidade, com Recife entre as dez; estado, com Pernambuco na oitava colocação; resort de praia, com destaque para o Nannai e o Summerville, ambos em Porto de Galinhas; hotel, com o Atlante Plaza entre os finalistas, e no ranking fazenda, o Portal de Gravatá ficou entre os mais concorridos. O resultado do concurso, criado há oito anos, foi divulgado na última sexta-feira (24), no Morro da Urca, no Rio de Janeiro. Em todos os oito anos de competição, Porto de Galinhas foi eleita como a melhor praia do Brasil pelos leitores da Viagem & Turismo.
É imaginável onde estaríamos se existisse mais incentivo ao ecoturismo e mais consciência ambiental por parte principalmente da população. Que o nosso seja mais e mais valorizado, não só por quem está aqui para uma gostosa visita, mas pelos nativos que muito ganham, em todos os sentidos, quando são elogiados. Dentre tantas coisas ruins que convivemos no nosso dia-a-dia, fica aqui o conhecimento de um belo elogio nacional.
Pernambuco Imortal, Imortal.
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Por BioblogPe

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Taxonomia


Frase para decorar a ordem hierárquica (vestibular costuma perguntar a ordem)
Reino Feito Com Ordem Faz Gerar Esperança.

Reino

Filo

Classe

Ordem

Familia

Gênero

Espécie.



Conceito de espécie: conjunto de seres semelhantes, capazes de se cruzar em condições naturais, deixando descendentes férteis.



Exemplo:
Canis lantrans (coiote) – Canis familiares (cachorro) – Canis lupus (lobo)



Espécies semelhantes são reunidas em categorias taxonômicas maiores, os Gêneros, os gêneros são reunidos em categorias maiores, as Famílias, e assim por diante.


Chave taxonômica de espécies semelhantes



Reino: Animal
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Ordem: Carnívora
Família: Canidae
Gênero: Canis
Espécie: Canis lantrans



Reino: Animal
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Ordem: Carnívora
Família: Canidae
Gênero: Canis
Espécie: Canis lupus


Chave taxonomica de espécie diferentes


Reino : Animal
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Ordem: Carnívora
Família: Felinidae
Gênero: Felis
Espécie: Felis catus



Reino: Animal
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Ordem: Carnívora
Família: Canidae
Gênero: Canis
Espécie: Canis familiares



Nomenclatura Binominal, nomenclatura de Lineu (vestibular gosta de perguntar)


· Conjunto de normas que regulam a atribuição de nomes científicos às espécies de seres vivos.
· Chama-se binominal porque o nome de cada espécie é formado por duas palavras, o nome do género e o restritivo específico.
· A nomenclatura binomial é o método formal e o único universalmente aceite para a atribuição do nome científico a espécies (com excepção dos vírus).


Canis familiares
Canis = gêneros
familiares = restrito específico

· O nome genérico e o epíteto específico devem sempre ser escritos em tipo itálico, ou na sua indisponibilidade ser sublinhados, sendo sempre que possível seguidos pelo autor ou autores da descrição (em geral referido como a autoridade). Ex.: Amaranthus retroflexus L. ou Passer domesticus (Linnaeus, 1758). Não creio que vá cair isso no vestibular, mas quem sabe.
· O primeiro termo, o nome genérico é sempre escrito começando por uma maiúscula, enquanto o descritor específico nunca começa por uma minúscula.



· A nomenclatura binominal é utilizada apenas para denominar espécies, nenhum outro taxon (gênero, família, ordem, classe, filo, reino) pode ter nomes compostos por mais de uma palavra.
· Caso apareça abreviado apenas o nome do gênero pode ser abreveado. Ex.: Escherichia coli = E. coli
Escherichia c.
= é uma abreviação errada.
· A abreviatura "sp." (zoologia) ou "spec." (botânica) é usada quando o nome da espécie não pode ou não interessa ser explicitado. A abreviatura "spp." (plural) indica "várias espécies".
Por exemplo: "Canis sp." significa "uma espécie do género Canis".
· As principais vantagens da nomenclatura binomial derivam essencialmente da sua economia descritiva, do seu uso generalizado e da estabilidade de nomes que é por ele favorecida:
Todas as espécies podem ser identificadas, sem risco de ambiguidade, por apenas duas palavras.
O mesmo nome é de uso universal, independente da língua de trabalho, evitando erros e problemas de tradução.



Dica
Para as familias de animamis usa-se o sufixo IDAE e para a família de plantas usa-se o sufixo ACEA.
Exemplo: Canidae (animal), Musacea (planta).
No vestibular ele pode te dar um nome, por exemplo: Orchidaceae e perguntar se é uma família de planta ou de animal. ;)



Exercicios resolvidos

1. (ANÁPOLIS) Dois seres vivos pertencentes à mesma ordem são necessariamente:

a) da mesma raça;
b) da mesma espécie;
c) do mesmo gênero;
d) da mesma classe;
e) da mesma família.

Resposta letra D, espécies semelhantes vão pertencer à categoria taxonômicas maiores, estando então inseridos na mesma classe.
Pq não letra A, o conceito de raça não é estudado aqui.
Pq não letra B, posso ter animais da mesma ordem, por exemplo: ordem carnívora, com espécies totalmente distintas, por exemplo: Canis familiares e Felis catus (cachorro e gato, ambos carnívoras).
Pq não C, mesma explicação e exemplo do item anterior, apenas substituindo o nome da espécie pelo nome do gênero: Canis e Felis.
Pq não E, mesma explicação e exemplo do item anterior, apenas substituindo o nome do gênero pelo nome da familia: Canidae e Felidae.

02. (CESGRANRIO) Se reunirmos as famílias Canidae (cães), Ursidae (ursos), Hienidae (hienas) e Felidae (leões), veremos que todos são carnívoros, portanto, pertencem à(ao) mesma(o):

a) espécie
b) ordem
c) subespécie
d) família
e) gênero

Resposta: letra B, no enunciado o autor falou que todos são carnívoras, enquadrando então todos em um táxon acima do táxon da família. Note que vc não precisa saber decorado o nome das ordens (que são muitas), apenas precisa saber que um grupo de família são enquadrado numa categoria maior, o táxon acima, a ordem.

03. (FUND. CARLOS CHAGAS) Qual dos seguintes grupos inclui organismos mais relacionados entre si?

a) filo
b) família
c) gênero
d) espécie
e) raça

Resposta letra E. Apesar do conceito raça não ser utilizado na taxonomia atual, vale saber que raça equivale a uma subespécie, ou seja, a espécie da espécie. Se n existisse a opção raça, a resposta seria espécie.

04. (FIUBE) O nome científico do leão é Felis leo, do gato é Felis domesticus. Os dois animais pertencem a diferentes:

a) filos
b) famílias
c) ordens
d) espécies
e) reinos
Resposta letra D, uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa (rsrsrs).

06. (UNISA) Com base nas regras de nomenclatura, indique a alternativa incorreta:

a) Homo sapiens sapiens;
b) Trypanosoma Cruzi;
c) Rana esculenta marmorata;
d) Rhea americana americana;
e) Anopheles Nyssurhynchus darlingi.

Resposta letra E, Opa não se assuste com os três nomes, já que apenas falamos lá em cima da nomenclatura binominal, é que às vezes para confundir ela vai vim trinominal, ou seja, com a subespécie descrita. Então teremos: o gênero, a espécie, e a subespécie. Com apenas o gênero grafada com maiúscula.
Errata feita por Anne: em relação a letra (b) OBS: Nos casos em que o nome específico se refere a uma pessoa, a inicial pode ser maiúscula ou minúscula. Ex: Trypanosoma cruzi (ou T. Cruzi) — nome dado por Carlos Chagas ao organismo causador da doença de Chagas, em homenagem a Oswaldo Cruz!!!

07. Em termos da classificação de animais e de plantas, o nível correspondente ao filo entre animais corresponde, entre vegetais, a:

a) superfamília
b) família
c) divisão
d) classe
e) ordem
Resposta letra C. Ok, Ok, eu não comentei sobre isso, então lá vai a ordem e a chave das plantas:
Reino – divisão – classe – ordem – família – gênero- espécie.
Reino: Plantae (Todas as plantas)
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Malvales
Família: Malvaceae
Gênero: Hibiscus
Espécie: Hibiscus syriacus
08. (UNIP) A seqüência hierárquica das categorias taxonômicas é:

a) filo, classe, ordem, família, gênero;
b) gênero, família, ordem, filo, classe;
c) filo, classe, família, ordem, gênero;
d) classe, filo, gênero, família, ordem;
e) ordem, classe, filo, gênero, família.

Resposta letra A, olha a questãozinha aí, eles adoram essa, note que eles não colocaram todos os táxons, mas nossa frase serve.
Reino Feito Com Ordem Faz Gerar Esperança.


9. O homem e o gorila pertencem à mesma ordem. São primatas. Pertencem também, obrigatoriamente:

a) à mesma espécie;
b) ao mesmo gênero;
c) à mesma espécie e ao mesmo gênero;
d) ao mesmo: reino, filo e classe;
e) ao mesmo reino e à mesma espécie.
Resposta letra D, note que ele falou em ordem, obrigatoriamente e gorila e o homem vão pertencer aos mesmos táxons acima do táxon ordem.