sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Beleza de boneca


Tradução de Neury Carvalho Lima
Em 1997, o psicólogo Albert Magro, pesquisador da Faculdade Estadual de Fairmont, Virgínia do Oeste, conseguiu esclarecer o mistério. Ele mostrou a 495 indivíduos ilustrações e retratos de pessoas com diversas características e formatos do rosto e corpo. Os participantes deviam indicar quais aspectos consideravam mais atraentes. Foi constatado que as pessoas detestam coxas curtas, pernas curvadas, dentes caninos grandes (sobretudo os pontiagudos), gengivas proeminentes, mãos longas, dedos curvados, polegares e pescoço curtos e maxilares excessivamente projetados. Entre as características mais apreciadas estão: pernas longas, pescoço comprido, lábios rosados e carnudos, olhos grandes, ombros eretos, dentes regulares, dedos afunilados, pele lisa e sem pêlos, ventre plano, arco da sola do pé acentuado, isto é, as mesmas características da Barbie.

O estudo foi publicado na revista Perceptual and Motor Skills. Faltava, porém, explicar por que esses aspectos são tão atraentes.

Albert Magro recorda que, ao longo da evolução da espécie, os traços hoje considerados atraentes desenvolveram-se quando as pessoas começaram a caminhar eretas, o que coincidiu com o aumento da inteligência, das habilidades manuais e com a dieta onívora. A adoção da marcha bípede, por exemplo, trouxe o alongamento das pernas e do pescoço e posicionou os ombros mais para trás. A alimentação variada modificou a forma do maxilar e da dentição. O desenvolvimento do córtex cerebral levou ao aumento do volume do crânio, ao passo que a inteligência ampliou a habilidade de usar utensílios, o que acarretou a modificação do formato das mãos. Quanto aos lábios, somos a única espécie cujas mucosas labiais são voltadas para fora, traço observado também em macacos, mas apenas no estágio fetal.

A evolução de Vênus

Magro constatou também que os aspectos que menos agradavam os participantes da pesquisa correspondiam às características de nossos antepassados mais primitivos e de alguns macacos modernos. Quando se olha para uma Barbie, nota-se que, não por acaso, a boneca é um condensado de traços evolutivos (corpo e rosto), sem nenhum traço primitivo. Seria este o segredo de sua popularidade?

Nossa percepção de beleza desenvolveu-se de forma simultânea à evolução de nossos traços físicos. De fato, se “novas” características são mais freqüentes hoje, é porque os seres humanos escolheram companheiros dotados delas. E elas foram, portanto, conservadas na evolução graças a um método de reprodução de tipo “seletivo”. As fêmeas que possuem estas qualidades tinham maiores chances de se reproduzir e de gerar uma prole com suas próprias características; as outras simplesmente desapareciam. Podemos supor que os machos humanos se reproduziam (e talvez se reproduzam ainda) tendo uma Barbie como modelo inconsciente na escolha de sua parceira.Apesar dos problemas que esta boneca pode suscitar por causa dos tipos de papéis femininos que encarna, ela ilustra o modo pelo qual se desenvolveu a percepção da beleza humana: Barbie tem todos os elementos físicos que julgamos “bonitos”.

Alguns psicólogos evolucionistas acreditam que, enquanto os padrões para avaliar o rosto variam ligeiramente de acordo com a época e a cultura, para o corpo existiria uma norma universal de beleza. Segundo a hipótese darwiniana, de fato a beleza serviria para identificar os indivíduos com “bons genes”. Seria um indicador de boa saúde, e nós preferimos pessoas bonitas para aumentar as chances de unir nossos genes aos delas. Se os cabelos forem bonitos, o corpo esbelto e musculoso, a pele, lisa e firme, o rosto, simétrico, significa que o patrimônio genético assegura boas possibilidades de sobrevivência e de reprodução; e de modo especial um bom sistema imunológico.

Quadris darwinianos

Apesar da cintura fina, as ancas da Barbie são amplas. Um psicólogo da Universidade do Texas demonstrou que os homens são sensíveis a uma relação cintura-quadril inferior a 0,7 (por exemplo, 60 cm de cintura e 90 cm de quadril), o que seria indício da capacidade da mulher de enfrentar o parto sem grandes dificuldades. Além disso, a aparência da boneca é jovem, e a juventude representa também um critério de beleza, já que a idade é um indicador de fertilidade. Os olhos grandes são apreciados justamente porque sinalizam juventude. Segundo estudo realizado em 1996, apenas os adolescentes preferiam mulheres cinco anos mais velhas. Homens adultos têm optado, ao longo dos séculos, pelas mais novas.

Finalmente, que dizer da cor dos cabelos da Barbie?

Será verdade que os homens preferem as loiras?

Uma coisa é certa: gostamos das pessoas portadoras de genes distantes dos nossos porque a mistura genética aumenta a capacidade de sobrevivência. Por esta razão, em muitos países em que predominam os morenos, os loiros são mais procurados justamente por serem raros. Unir-se a eles permite manter a diversidade genética e reforçar o sistema imunológico da prole, fato que favoreceria a conservação da espécie.Até os bebês são sensíveis à beleza. O psicólogo Alan Slater, da Universidade de Exeter, Reino Unido, mostrou para 100 meninos recém-nascidos entre as cinco horas e dois dias de vida, duas fotografias diferentes, colocadas uma ao lado da outra, ambas a cerca de 30 cm do rosto do bebê. Uma das fotos mostrava uma mulher muito bonita e a outra, uma mulher comum. O olhar dos bebês voltou-se quatro vezes mais para o rosto que os adultos julgariam atraente.

Isto demonstra que a identificação de feições “agradáveis” parece ativa desde o nascimento. Segundo Slater, uma aparência bonita representaria de alguma forma o protótipo de um rosto humano; aliás, se fundíssemos centenas de rostos com a ajuda de computadores, obteríamos uma média estatística de características faciais particularmente atraentes. Na mente de um recém-nascido, os rostos bonitos representariam, portanto, um modelo que talvez pudesse servir de referência, permitindo a ele comparar este protótipo com os rostos que estão próximos. Homens ou mulheres, independentemente de nossas características, somos todos sensíveis à beleza. Estamos “biologicamente programados” para reconhecê-la e apreciá-la. E quem é que assume todas as características da beleza feminina? Ela mesma: a Barbie.


terça-feira, 26 de agosto de 2008

Concurso de inteligência

por Sidarta Ribeiro
Mas, afinal, o que é a inteligência? Muita gente pensa que é aquilo que se mede num teste de quociente de inteligência (QI). A capacidade de encaixar blocos de madeira ou realizar operações lógicas indica adaptabilidade a problemas desse tipo. Muitos outros tipos de inteligência existem, e para eles o teste de QI não serve. Ser inteligente é encaixar bem com a realidade, dissipando pouca energia e promovendo acomodações quando necessário. Comportamentos essenciais são inatos e estão presentes em todos os animais, como a alimentação, a fuga de predadores e a procriação. Outros comportamentos são aprendidos ao longo da vida, configurando ajustes ao ambiente. No caso do ser humano, a inteligência se baseia num vasto repertório de comportamentos adquiridos, o que nos dá grande flexibilidade de interação com o mundo.Embora tenhamos robustos aparatos neurais para a percepção e ação, grande parte de nosso enorme cérebro é dedicada à estocagem de memórias, tanto de perceptos quanto de atos motores. O arranjo cerebral particular que permite a façanha da civilização humana parece ter evoluído nos últimos 2 milhões de anos, mas data de apenas 10 mil anos a explosão cultural que nos permitiu tomar o planeta de assalto.

Muito antes do advento de nossos ancestrais hominídeos, animais bem diferentes eram os mais inteligentes da praça. Antes mesmo da supremacia dos dinossauros, iniciou-se a duradoura linhagem dos elasmobrânquios, peixes cartilaginosos como os tubarões e as arraias. As evidências fósseis indicam que mudaram muito pouco nos últimos 30 milhões de anos. Singrando o oceano no topo da cadeia alimentar, os tubarões realizam com maestria, desde tempos imemoriais, os três comportamentos inatos essenciais: comer, fugir e procriar. Antropomorfizado por Hollywood, o formidável tubarão-branco (Carcharodon carcharias) se transformou num ardiloso vilão. Exageros à parte, muitos tubarões têm cérebro proporcionalmente grande para seu peso corporal, superando algumas aves e mamíferos. É um aparato neural de grande sofisticação, em boa parte dedicado à percepção química e elétrica dos arredores. Há também a robusta circuitaria motora, capaz de comandar corpanzis de até 12 metros com a agilidade de torpedos teleguiados. Cérebros que não guardam muitas memórias, mas interagem com o ambiente há 400 milhões de anos com prodigiosa eficiência. Em time que está ganhando a evolução não mexe. E no entanto, muitas espécies de águas rasas estão desaparecendo, pois não há leis internacionais que impeçam a pesca em grande escala dos elasmobrânquios. Especialistas da União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN) reportaram recentemente que 11 de 21 espécies estudadas estão vulneráveis à extinção. O recém-chegado primata bípede, com polegar opositor e cérebro descomunal, aprecia cação frito, moqueca de arraia e sopa de barbatana de tubarão. A inteligência do bicho homem, que devasta o planeta em malefício próprio, dificilmente durará 400 milhões de anos.


*Sidarta Ribeiro é Ph.D. em neurobiologia pela Universidade Rockefeller e pesquisador do Instituto Internacional de Neurociências de Natal (IINN). Fez pós-doutorado na Universidade Duke (2000-2005) investigando as bases moleculares e celulares do sono e dos sonhos e o papel de ambos no aprendizado.

Texto extraido :

A menina que sofria do “mal de mãe”

Livro: As duas Mães de Mila, de Clara Vidal
Tradução de Paulo Schiller. Edições SM, 2006, 78 págs., R$ 23.00

O livro acompanha a personagem Mila, dos 9 aos 15 anos, numa espécie de descida aos infernos. Incompreendida e solitária, privada do amor da mãe, a garota vai desenvolvendo – ao longo da infância e da puberdade – uma série de problemas psicológicos e sociais, a ponto de se sentir louca e precisar de auxílio psicoterápico.
Contada da perspectiva de Mila, por um narrador francamente solidário ao seu ponto de vista, a história se inicia com uma percepção dissociada da figura materna que, aos olhos da menina, parece ser duas: a mãe rosa, que se ocupa dela com carinho e ternura, e a mãe cinza, que a trata com indiferença, descaso e crueldade. Esta torna impossível a vida da filha, a quem culpabiliza pelas constantes doenças e dores que alega sofrer.
À medida que o tempo passa, a mãe vai se tornando cada vez mais cinza e menos rosa; cada vez mais voltada para suas doenças imaginárias e mais hostil em relação à filha. O pai, um tanto ausente, nada faz para mudar as coisas. O ambiente familiar é marcado por brigas constantes entre mãe e filha, marido e
mulher. A fim de exorcizar a maldade da mãe cinza e trazer de volta a rosa, Mila começa a praticar pequenos rituais, progressivamente mais complexos. Eles ocupam a maior parte do seu tempo, prejudicam seu desempenho na escola e o seu convívio com as demais crianças. Somam-se a isso vários problemas de saúde (apendicite, inapetência, perda de peso, atraso na puberdade), que, além de lhe render uma cirurgia e uma temporada em um centro marinho de helioterapia, agravam sobremaneira o seu estado emocional.
Esses males vão durar muito tempo. Entrando na adolescência,
os rituais obsessivos vão se multiplicando, fugindo totalmente ao controle. Não encontrando ninguém que a ampare (nem mesmo a ex-melhor amiga e a própria avó), Mila sente o chão se abrir sob seus pés. Ela procura manter a lucidez, mas é incapaz de reagir. Chega a tentar o suicídio, mas se arrepende a tempo. Redime-a, enfim, o apoio de uma psicoterapeuta que consegue impor um limite à tirania da mãe e a impede de participar das sessões. A narrativa termina nesse ponto: prevê-se que finalmente Mila encontrará o apoio de que necessita para libertar-se da opressão materna.

Tentando se defender sozinha
Em um cenário tão desalentador, pouco resta à vítima a não ser buscar defesas dentro de si. Sempre que alguém se sente ameaçado por pressões externas ou por sentimentos muito conflitantes, surge a angústia. Se essa angústia chega a um ponto insuportável, a pessoa lançará mão de mecanismos inconscientes de defesa para se preservar.
Uma das formas mais primitivas de defesa consiste no processo de dissociação (ou clivagem) dos "objetos de amor", bastante estudado pela psicanalista inglesa de origem austríaca, Melanie Klein (1882-1960).
Mila, por exemplo, lança mão da clivagem ao separar imaginariamente
sua mãe em duas: uma boa (rosa) e uma má (cinza). Esse foi seu jeito particular de suportar a angústia que as oscilações de humor da mãe lhe causavam.
Outra angústia, no entanto, foi tomando conta de Mila: a idéia de que sua mãe cinza poderia retornar a qualquer momento. Sempre que se sentia invadida por essa ameaça, a menina criava rituais bizarros, gestos, preces e fórmulas mágicas, repetidos de modo obsessivo para exorcizar todo tipo de mal. De acordo com o jargão médico, Mila apresentava sintomas de Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC).
As obsessões são idéias que invadem o sujeito, causando-lhe
grande ansiedade. As compulsões são ações inventadas pela pessoa para evitar ou controlar artificialmente essas idéias. O doente percebe a falta de lógica desse círculo vicioso, mas não tem forças para evitá-lo, o que compromete suas atividades cotidianas e se
converte em fonte de grande sofrimento. Alguns estudos apontam que o TOC costuma manifestar-se com a depressão, mas os psiquiatras ainda não sabem ao certo se é o TOC que causa depressão ou se ele é um sintoma atípico dela.

Texto extraido de PDF:

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Profissão Biólogo

Para quem gosta de estudar a vida, no sentido amplo da palavra, esta pode ser uma ótima opção. Porém como todos os cursos, a biologia tem sim seus pontos positivos e negativos, que serão abordados em parte no decorrer do texto.
O Biólogo é um profissional capacitado para, além de executar, pensar. A pesquisa básica na área das Ciências Biológicas é, hoje em dia, realizada em grande parte por Biólogos. Isso inclui técnicas aplicadas na medicina, no controle de pragas, e na preservação ambiental.
O profissional biólogo deve ser:
a) generalista, crítico, ético, e cidadão com espírito de solidariedade;
b) detentor de adequada fundamentação teórica, como base para uma ação competente, que inclua o conhecimento profundo da diversidade dos seres vivos, bem como sua organização e funcionamento em diferentes níveis, suas relações filogenéticas e evolutivas, suas respectivas distribuições e relações com o meio em que vivem;
c) consciente da necessidade de atuar com qualidade e responsabilidade em prol da conservação e manejo da biodiversidade, políticas de saúde, meio ambiente, biotecnologia, bioprospecção, biossegurança, na gestão ambiental, tanto nos aspectos técnicos-científicos, quanto na formulação de políticas, e de se tornar abrangente transformador da realidade presente, na busca de melhoria da qualidade de vida;
d) comprometimento com os resultados de sua atuação, pautando sua conduta profissional pro critério humanísticos, compromisso com a cidadania e rigor científico, bem como pro referenciais éticos legais;
e) consciente de sua responsabilidade como educador, nos vários contextos de atuação profissional;
f) apto a atuar multi e interdisciplinarmente, adaptável à dinâmica do mercado de trabalho e às situações de mudança contínua do mesmo; g) preparado para desenvolver idéias inovadoras e ações estratégicas, capazes de ampliar e aperfeiçoar sua área de atuação.
Competências e Habilidades
a) pautar-se por princípios da ética democrática: responsabilidade social e ambiental, dignidade humana, direito à vida, justiça, respeito mútuo, participação, responsabilidade, diálogo e solidariedade;
b) reconhecer formas de discriminação racial, social, de gênero, etc. que se fundem inclusive em alegados pressupostos biológicos, posicionando-se diante delas de forma crítica, com respaldo em pressupostos epistemológicos coerentes e na bibliografia de referência;
c) atuar em pesquisa básica e aplicada nas diferentes áreas das Ciências Biológicas, comprometendo-se com a divulgação dos resultados das pesquisas em veículos adequados para ampliar a difusão e ampliação do conhecimento
d) portar-se com educador, consciente de seu papel na formação de cidadãos, inclusive na perspectiva sócio-ambiental;
e) utilizar o conhecimento sobre organização, gestão financiamento da pesquisa e sobre a legislação e políticas públicas referentes à área;
f) entender o processo histórico de produção do conhecimento das ciências biológicas referente a conceitos/princípios/teorias;g) estabelecer relações entre ciência, tecnologia e sociedade;
h) aplicar a metodologia científica para o planejamento, gerenciamento e execução de processos e técnicas visando o desenvolvimento de projetos, perícias, consultorias, emissão de laudos, pareceres etc. em diferentes contextos;
i) utilizar os conhecimentos das ciências biológicas para compreender e transformar o contexto sócio-político e as relações nas quais está inserida a prática profissional, conhecendo a legislação pertinente;
j) desenvolver ações estratégicas capazes de ampliar e aperfeiçoar as formas de atuação profissional, preparando-se para a inserção no mercado de trabalho em contínua transformação;
k) orientar escolhas e decisões em valores e pressupostos metodológicos alinhados com a democracia, com o respeito à diversidade étnica e cultural, às culturas autóctones e à biodiversidade;
l) atuar multi e interdisciplinarmente, interagindo com diferentes especialidades e diversos profissionais, de modo a estar preparado a contínua mudança do mundo produtivo;
m) avaliar o impacto potencial ou real de novos conhecimentos/tecnologias/serviços e produtos resultantes da atividade profissional, considerando os aspectos éticos, sociais e epistemológicos;
n) comprometer-se com o desenvolvimento profissional constante, assumindo uma postura de flexibilidade e disponibilidade para mudanças contínuas, esclarecido quanto às opções sindicais e corporativas inerentes ao exercício profissional.
Oportunidades
Atualmente a necessidade de profissionais desta área tem aumentado o número de vagas e, conseqüentemente o número de concursos, é visto também que hoje em dia o biólogo pode estar atuando em industrias, hospitais, engenharias, entre outros, além do habitual laboratório e da habitual sala de aula. Porém duas coisas dificulta a entrada dos biólogos no mercado de trabalho, a primeira delas é o número elevado de faculdades oferecendo o curso, tendo com isso uma demanda enorme de “profissionais” lançados no mercado, a segunda é que ao sair da faculdade o biólogo terá que começara montar sua área de atuação através das pós graduações, seja ela Lato Sensu ( especializações) ou Strictu Sensu ( mestrado e doutorado). Isso significa dizer que será acrescido no mínimo um ano para que o biólogo seja considerado um profissional atuante, claro que isso não é regra. Os doutorados, mestrados e especializações são nas áreas mais diversas que se possa imaginar.
Profissional autônomo – o biólogo pode ser um profissional liberal, e uma das boas áreas para esta atualização é a consultoria, a auditoria e a perícia.
Cursos Universitários
Licenciatura em ciências biológicas – curso formador de professores (nível médio e fundamental), porém estes também pode atuar nas pesquisas, basta pagar cadeiras do curso de bacharel do mesmo, e se especializar no ramo desejado.
Bacharelado em Ciências Biológicas – Curso voltado para a pesquisa científica, o profissional não pode lecionar até, cursar as cadeiras de ensino do curso de licenciatura e/ ou se tornar mestre, doutor, ou se especializar em cursos que tenham didática de ensino superior.
UPE – mais voltada para a biologia humana, Federal – mais voltada para a biologia animal e a vegetal.
Ciências biológicas modalidade ambiental – curso afim ao bacharelado, porém mais condensado, este tem uma abordagem ambiental maior do que o curso de bacharel.
Pontos negativos
Horário Integral (manhã e tarde) para o curso de bacharel, elevada concorrência de profissionais, necessidade OBRIGATORIA de pós-graduação.
Pontos positivos
Várias áreas para atuação, área ambiental tende a ser uma das mais valorizadas (outro bom curso e com vaga crescente de emprego é a engenharia ambiental).
Texto original: http://www.portalbiologia.com.br/biologia/principal/conteudo.asp?id=2791
Por Bioblog Pe

Fase da Profase I

Para decorar as fases: Leptóteno, Zigóteno, Paquíteno, Diplóteno, Diacinese
Memorize essa frase: Linda Zebra Pastando Durante o DIA

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Uma das 7 Maravilhas Naturais do Mundo? Eu acho

Biologia tem história

"infinitas águas e infinitas árvores; aves muito mansas, que vinham comer às mãos; um boníssimo porto que foi bom para toda a tripulação".
Américo Vespúcio

Apesar das degradações sofridas, por ingleses, holandeses, franceses e portugueses. A beleza natural mesmo tendo sido alterada não perdeu o seu esplendor.
Em 1942, passou a ser Território Federal, sendo assim casa dos militares da época. Em 1988, retornou a Pernambuco tornando-se Distrito Estadual.
Após uma campanha liderada pelo ambientalista gaúcho José Truda Palazzo Jr., em 1988 a maior parte do arquipélago foi declarada Parque Nacional, com cerca de 8 km², para a proteção das espécies endêmicas lá existentes e da área de concentração dos golfinhos rotadores (Stenella longirostris) que lá se reúnem diariamente na Baía dos Golfinhos - o lugar de observação mais regular da espécie em todo o planeta.
Acho que fizemos e estamos fazendo um bom trabalho, em virtude do respeito existente por lá, onde muito mais importante do que o crescimento, é a conservação. Mostrando que podenmos sim, ter áreas aberta para visitações, mesmo que controlada, e conservada.
Os Pernambucanos deveriam se orgulhar em ter uma beleza dessa como parte do nosso território.
Eu voto!
Para votar: http://www.noronha.pe.gov.br/vote_noronha/vote_noronha.html
Ranking Geral: http://www.revistaterra.com.br/revista/183/textos/33/

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Isto é Biologia


O que significa “vida”?
Os humanos primitivos viviam perto da natureza. Todos os dias eles se viam às voltas com plantas e animais, como coletores, caçadores ou pastores. E a morte — de bebês e velhos, de mulheres no parto, de homens na guerra — estava sempre presente. Certamente nossos primeiros ancestrais pelejaram com a eterna pergunta: “O que é a vida?”.
Talvez a princípio eles não fizessem distinção entre a vida num organismo e o espírito num objeto natural não-vivo. A maioria dos povos primitivos acreditava que um espírito pudesse residir em uma montanha ou uma nascente, assim como em uma árvore, um animal ou uma pessoa. Essa visão animista da natureza acabou se desfazendo, mas a crença de que “alguma coisa” numa criatura viva a distinguia da matéria inanimada e deixava o corpo no momento da morte continuou firme. Na Grécia antiga, essa alguma coisa nos seres humanos foi denominada “sopro vital”. Mais tarde, em especial na religião cristã, ela foi chamada de alma.
Na época de Descartes e da Revolução Científica, os animais (juntamente com as montanhas, os rios e as árvores) perderam o direito de ter alma. Mas uma cisão dualista entre o corpo e a alma nos seres humanos continuou a ser aceita quase universalmente, e até hoje muita gente acredita nela. A morte era um problema intrigante para um dualista: por que essa tal alma haveria de morrer ou deixar o corpo de repente? Se a alma saía mesmo do corpo, será que ela ia para algum lugar específico, como um nirvana qualquer ou o céu? Somente quando Charles Darwin desenvolveu sua teoria da evolução por meio da seleção natural foi que uma explicação racional e científica da morte se tornou possível. August Weismann, um seguidor de Darwin do final do século XIX, foi o primeiro autor a explicar que uma sucessão rápida de gerações fornece o número de novos genótipos necessário para lidar permanentemente com um ambiente que se modifica. Seu ensaio sobre a morte e o morrer foi o começo de uma nova era no nosso entendimento do significado da morte.
Quando os biólogos e filósofos falam da “vida”, no entanto, eles não estão se referindo à vida (quer dizer, ao viver) em oposição à morte, e sim da vida em oposição à falta dela em um objeto inanimado. Elucidar a natureza dessa entidade chamada “vida” tem sido um dos principais objetivos da biologia. O problema, aqui, é que “vida” remete a alguma “coisa” — uma substância ou uma força — e, durante séculos, os filósofos e os biólogos tentaram, em vão, identificar essa força ou substância vital. Na realidade, o substantivo “vida” é meramente uma reificação do processo de viver. Ela não existe como entidade independente. É possível lidar cientificamente com o processo de viver, algo impossível de fazer com a entidade abstrata “vida”. É possível descrever, e mesmo definir, o que é viver; é possível definir o que é um organismo vivo; e é possível tentar estabelecer uma fronteira entre vivo e não-vivo. Mais ainda, é possível até tentar explicar como a vida, enquanto processo, pode ser o produto de moléculas que não são, elas próprias, vivas.
O que é vida, e como explicar os processos vivos, tem sido objeto de acalorada controvérsia desde o século XVI. Para resumir, a situação era a seguinte: sempre houve um campo alegando que os organismos vivos não eram, na verdade, nada diferentes da matéria inanimada; algumas vezes essas pessoas foram chamadas de mecanicistas, mais tarde de fisicalistas. E sempre houve um campo oposto — os chamados vitalistas — reivindicando, por sua vez, que os organismos vivos possuíam propriedades que não poderiam ser encontradas na matéria inerte e que, portanto, conceitos e teorias biológicos não poderiam ser reduzidos às leis da física e da química. Em alguns períodos e centros intelectuais, os fisicalistas pareciam vencer o debate, e em outras épocas e locais os vitalistas pareciam prevalecer. No século XX ficou claro que ambos os lados estavam parcialmente certos e parcialmente errados.
Os fisicalistas acertaram ao insistir em que não há um componente metafísico da vida e que, no nível molecular, ela pode ser explicada de acordo com os princípios da física e da química. Ao mesmo tempo, os vitalistas estavam certos ao afirmar que, ainda assim, os organismos não são a mesma coisa que a matéria inerte, mas possuem diversas características autônomas, em particular seu programa genético historicamente adquirido, algo que não se conhece na matéria inanimada. Os organismos são sistemas multiordenados, bem diferentes de qualquer coisa encontrada no mundo inanimado. A corrente filosófica que terminou por incorporar os melhores princípios tanto do fisicalismo quanto do vitalismo (após descartar os excessos de ambos) ficou conhecida como organicismo, e é o modelo dominante hoje.
Os fisicalistas
As primeiras tentativas de produzir uma explicação natural (em oposição à sobrenatural) do mundo aconteceram na filosofia de vários pensadores gregos, entre eles Platão, Aristóleles, Epicuro e muitos outros. Esse começo promissor, no entanto, foi em grande parte esquecido em séculos posteriores. A Idade Média foi dominada pela adesão estrita aos ensinamentos das Escrituras, que atribuíam tudo na natureza a Deus e às Suas leis. Mas o pensamento medieval, particularmente no folclore, também era caracterizado por uma crença em todo tipo de forças ocultas. Esse pensamento animista, mágico, foi enfim reduzido, se não eliminado, por uma nova forma de olhar para o mundo que foi apropriadamente batizada de “desencantamento do mundo” (Maier, 1938).
As influências que levaram ao desencantamento do mundo foram várias. Elas incluíam não apenas os filósofos gregos, transmitidos ao Ocidente pelos árabes juntamente com a redescoberta dos seus escritos originais, mas também desenvolvimentos tecnológicos do fim da era medieval e do começo da Renascença. Havia grande fascínio por relógios e outros autômatos — na verdade, por quase todo tipo de máquina. Isso culminou na afirmação de Descartes de que todos os organismos, à exceção dos seres humanos, não eram nada senão máquinas.
Descartes (1596-1650) se tornou o porta-voz da Revolução Científica, que, com sua sede de objetividade e precisão, não podia aceitar idéias vagas, embebidas em metafísica e no sobrenatural, como a de uma alma em animais e plantas. Ao restringir aos humanos a posse da alma, e ao declarar que os animais não são nada mais que autômatos, Descartes cortou o nó górdio, por assim dizer. Com a mecanização da alma animal, ele completou o desencantamento do mundo.
É um tanto difícil entender por que o conceito de organismo como máquina teve uma popularidade tão duradoura. Afinal, nenhuma máquina jamais se construiu sozinha, replicou-se, programou-se ou foi capaz de buscar a própria energia. A semelhança entre um organismo e uma máquina é por demais superficial. No entanto, esse conceito perdurou por boa parte do século XX.
O sucesso de Galileu, Kepler e Newton em usar a matemática para reforçar suas explicações do cosmo também contribuiu para a mecanização da visão do mundo. Galileu (1623) capturou sucintamente o prestígio da matemática na Renascença quando declarou que o livro da natureza “não pode ser entendido a não ser que primeiro se aprenda a compreender a linguagem e ler os caracteres em que está composto. Ele está escrito na linguagem da matemática, e seus caracteres são triângulos, círculos e outras figuras geométricas sem as quais é humanamente impossível entender uma palavra que seja dele; sem eles, vagamos em um labirinto escuro”.
O rápido desenvolvimento da física logo depois levou a Revolução Científica um passo adiante, transformando o mecanicismo mais genérico do período anterior em um fisicalismo mais específico, baseado em leis concretas sobre o funcionamento dos céus e da Terra.
O movimento fisicalista teve o enorme mérito de refutar grande parte do pensamento mágico que caracterizara os séculos anteriores. Seu maior tento talvez tenha sido fornecer uma explicação natural dos fenômenos físicos e eliminar, dessa forma, grande parte da confiança no sobrenatural que antes era aceita por quase todo mundo. Se o mecanicismo, em particular o fisicalismo, sua cria, foi longe demais em alguns aspectos, isso era inevitável em se tratando de um movimento novo e enérgico. Mas, por causa de seu unilateralismo e de seu fracasso em explicar qualquer um que fosse dos fenômenos e processos específicos do organismo vivo, o fisicalismo induziu a uma rebelião. Esse contramovimento é geralmente descrito sob o termo guarda-chuva vitalismo.
Desde Galileu até os tempos modernos, tem havido na biologia um movimento de gangorra entre explicações estritamente mecanicistas da vida e as mais vitalistas. O cartesianismo chegou a seu ápice com a publicação de L’homme machine (1748), de De la Mettrie. O que se seguiu depois foi um florescimento vigoroso do vitalismo, particularmente na França e na Alemanha, mas triunfos posteriores da física e da química no meio do século XIX inspiraram uma ressurgência fisicalista na biologia. Esta ficou em grande parte confinada à Alemanha, o que talvez não chegue a ser surpreendente, já que em nenhum outro lugar a biologia prosperou tanto no século XIX como na Alemanha.
Trecho do Livro: Isto é biologia, a ciência do mundo vivo, de Ernst Mayer, 2008

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Percepção

Na faculdade pagávamos uma cadeira chamada embriologia, lembro-me bem de uma aula que para as mulheres e os seus dons maternais era incrivelmente encantadora. Pelo laboratório havia potes médios de vidro com fetos de diferentes tempos de gestação. Sinônimo de perfeição, aquela coisinha, ainda menor do que uma mão aberta, mas que já tinha até sobrancelhas, para não falar do detalhe dos dedos e unhas e, dos fios de cabelos. Um humanozinho. Dentre muitos um me chamou atenção, ele tinha a fronte enrugada, os olhos espremidos e um leve biquinho, características fortes de choro. A professora ouviu o meu comentário sobre a carinha de choro e me perguntou se eu havia observado o braço, na verdade eu não havia, mas ele estava torcido, qual uma torção de toalha quando queremos tirar dela o excesso de água. E ela me falou: essa lesão é em função de um aborto, ou seja, foi por aí que ele foi puxado, e esse rostinho nada mais mostra do que uma intensa dor.
Por BioblogPe
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Para uma pequena e forte reflexão

Mão da esperança.

Durante o pré-natal da mãe, foi diagnosticado que o feto tinha a coluna vertebral fissurada e não sobreviveria se não fosse operado ainda no útero de sua mãe. Tinha apenas 21 semanas. Julie Armas, a mãe do pequeno Samuel, enfermeira obstetra em Atlanta ficou sabendo que o médico Dr. Joseph Bruner, que clinica no Vanderbilt University Medical Center em Nashville, poderia realizar esse tipo de procedimento cirúrgico de elevado risco em seu bebê. Assim, procurado pelos pais do bebê, o Dr. Bruner realizou a delicada cirurgia. Durante o procedimento, o médico retirou o útero do abdomem da mãe e fez uma pequena incisão para poder operar o bebê. Quando Dr. Bruner estava terminando a cirurgia, o bebê surpreendentemente estendeu sua pequenina mão pela incisão uterina ainda aberta e agarrou a mão do cirurgião com firmeza. Segundo o Dr. Bruner quando seu dedo foi agarrado, esse foi o momento mais emocionante de sua vida, e por um instante durante o procedimento ficou totalmente imóvel
Um fotógrafo capturou esse acontecimento impressionante com perfeita nitidez. Os editores nomearam a foto como "Mão da Esperança". O texto a seguir, conforme publicado, explica as fotos: "A pequena mão do feto de 21 semanas, Samuel Alexanders Armas, emerge do útero de sua mãe para agarrar o dedo do Dr. Joseph Bruner como se estivesse agradecendo ao médico pela sua vida." A mãe do pequeno Samuel diz que eles "choraram por dias" quando viram a foto. Ela disse: "A foto nos lembra que minha gravidez nada teve a ver com deficiência ou doença, mas sim com o dom de dar a vida a um pequeno ser humano." Samuel nasceu com perfeita saúde no dia 2/12/1999. A operação foi 100% bem sucedida.
Texto e fotos recebidas por e-mail, autor desconhecido