Domingo de sol e fim de tarde de frente ao mar, jogando conversa fora com um amigo que há tempos não via, fiquei surpresa com a afirmação de ter visto uma única tartaruga marinha na praia de Maracaípe, mesmo estando morando lá há um ano.
O animal era pra ser sim mais freqüente naquela região, já que a faixa de praia é usada por elas para desova durante esta época do ano. E é só nessa hora que percebemos o quanto é tão grave a degradação ambiental existente e como já é, e será mais, danoso a cadeia alimentar da nossa fauna. Animais estão rapidamente desaparecendo, e infelizmente, se continuarmos fechando os olhos, existirá o dia em que a diversidade brasileira, um dos fatores principais da vinda de turista para cá, não mais existirá. E ai? Turista vem pra ver lixo no mar? Acho que isso não chama a atenção aos olhos de ninguém.
É preciso entender rapidamente que progresso rima com proteção, e nessa dança, o passo errado atrapalha a nossa própria existência. Afinal da cadeia alimentar também fazemos partes.
Lembro-me bem de uma frase dita por um Irlandês na praia do Cupe no ano de 2003: é lindo andar na praia e ver tanta natureza. Onde eu moro não temos esse privilegio. Aqui nós estamos em contato com tudo isso.
E este senhor estava com sua esposa há 5 meses num bom hotel, e igual a eles haviam vários.
E todos naquela noite de 2003, mais de 30 turistas que ao acaso se juntaram na beira da praia, esperaram horas para ter o prazer de ver a vida brotar do chão e correr pro mar.
Apesar de existir um ninho com mais de 100 tartaruguinhas preguiçosas e 3 avexadas ( as únicas que saíram do ninho àquela noite), a beleza e a emoção foi mantida ali, naquela noite, daquele ano.
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Por BioblogPe
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