segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Quando o circo perde a graça


Motivados por denúncias de maus tratos, ambientalistas querem aprovar um projeto de lei que proíba o uso de animais em espetáculos. A questão é tão polêmica que alguns circos que aderiram por contra própria à restrição sofrem ameaças de outros membros da classe
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Texto de Margarida Telles
No picadeiro, leões e tigres pulam com destreza uma argola em chamas. Um chimpanzé anda na bicicleta, e um elefante equilibra-se com agilidade sobre o banquinho. As crianças riem e os pais ficam satisfeitos com o espetáculo. O que essas pessoas não sabem, contudo, é que o tigre e o leão tiveram suas garras e presas arrancadas, para se tornar menos perigosos, passam fome e contraíram aids felina depois de ser alimentados com carne de gatos de rua. Que o macaco foi totalmente castrado, teve os dentes arrancados e os olhos cegados para se submeter ao treinador. E que o elefante, para aprender a equilibrar-se no banco, foi espancado, agredido com uma lança e passou dias amarrado pelas patas, sem poder se mexer. As cenas descritas são comuns em muitos circos do Brasil e do mundo e despertam a preocupação de ambientalistas, que mobilizaram a população e o poder público para aprovar uma lei federal que proíba o uso de bichos nos espetáculos. Os donos de circo temem que a nova legislação prejudique seu trabalho e afirmam que os circos tradicionais preocupam-se com o bem-estar e a saúde de seus animais.
No dia 3 de novembro aconteceria uma audiência pública em Brasília para debater o projeto de lei, mas, cinco dias antes da data marcada, o presidente da Comissão de Educação e Cultura, o deputado João Matos (PMDB/SC), determinou o adiamento da discussão. Foi a terceira vez que a audiência acerca do PL 7291/2006 foi postergada no ano de 2008.
Em protesto ao adiamento do projeto de lei, ambientalistas e membros de ONGs de proteção aos animais compareceram à Brasília e entregaram aos integrantes da Comissão e ao Ministério do Meio Ambiente o vídeo “Stop Circus Suffering” (algo como "parem com o sofrimento no circo"), que mostra cenas de maus tratos e torturas recebidas pelos animais nos bastidores do picadeiro. José Maurício Padroni, assessor do Ministério do Meio Ambiente, afirmou que o Ministério é veementemente contra o uso de animais em circos. “Nós não precisamos ser convencidos de que isso é ruim, porque já sabemos. Apoiamos essa causa e estamos fazendo esforços para convencer também os outros ministérios”, disse o assessor.
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Revista época, online, 14/11/2008 - 17:29 - Atualizado em 17/11/2008 - 21:16
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O bom do circo é o que é mágico, o que é difícil acreditar que um humano é capaz de fazer aquilo que os olhos vêem. . Animais em circos só mostram a pequenez dos artistas que ali estão.
Em recife já existe uma lei que proíbe esse tipo de ato, proibição feita depois de um trágico acontecimento. Porém a maioria dos estados brasileiro o ato é legal, mesmo absolutamente cruel.
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Por BioblogPe

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