«(...) Charles Darwin (18O9-1882) tinha chegado à noção de evolução das espécies com base na observação de fósseis mas também, e sobretudo, da distribuição geográfica de certas espécies animais, observações realizadas durante a sua viagem à volta do mundo (entre 1831 e 1836). Também ele pôs a hipótese da evolução para resolver um problema particular suscitado pelas observações; mas estas eram relativas à bio-geográfica (distribuição geográfica das espécies) e não aos fósseis, como no caso Lamarck.
O facto assinala uma vez mais que a noção de evolução não é directamente observável, mas deduzida; é uma construção do espírito para dar conta de certos factos. Do mesmo modo, primeiro Copérnico, depois Galileu, foram levados a "construir" uma representação do mundo em que a Terra girava em torno do Sol para melhor explicarem certas observações do movimento dos astros.
Para bem compreender como é que Darwin veio a avançar a hipótese da evolução das espécies há que tentar imaginar o tipo de problemas que poderiam colocar-se-lhe quando tentou, em 1837, pôr em ordem as observações trazidas da sua viagem à volta do mundo. Como todos os biólogos dos anos de 1830, não tendo Lamarck tido até então eco, ele acreditava na fixidez das espécies, mesmo tendo de imaginar que elas teriam sido criadas a seguir a cada ciclo de catástrofe geológica. A bordo do Beagle, o navio no qual, a expensas da Universidade de Cambridge, tinha embarcado para uma missão científica, leu os Princípios de Geologia do geólogo britânico mais influente da época, Charles Lyell.
Este tinha ido dar precisamente ao problema de Lamarck, o problema filosófico e científico suscitado pelas extinções de espécies atestadas pelos fósseis. Mas, contrariamente ao zoólogo francês, pensava que as espécies eram fixas e não podiam por isso adaptar-se mudando de forma (...)»*
* Marcel Blanc, Os Herdeiros de Darwin, Editorial Teorema, 1991 (1ª edição francesa, 1990), págs. 23-24.
texto retirado de http://www.harmoniadomundo.net/Ciencias/Biologia.htm
O facto assinala uma vez mais que a noção de evolução não é directamente observável, mas deduzida; é uma construção do espírito para dar conta de certos factos. Do mesmo modo, primeiro Copérnico, depois Galileu, foram levados a "construir" uma representação do mundo em que a Terra girava em torno do Sol para melhor explicarem certas observações do movimento dos astros.
Para bem compreender como é que Darwin veio a avançar a hipótese da evolução das espécies há que tentar imaginar o tipo de problemas que poderiam colocar-se-lhe quando tentou, em 1837, pôr em ordem as observações trazidas da sua viagem à volta do mundo. Como todos os biólogos dos anos de 1830, não tendo Lamarck tido até então eco, ele acreditava na fixidez das espécies, mesmo tendo de imaginar que elas teriam sido criadas a seguir a cada ciclo de catástrofe geológica. A bordo do Beagle, o navio no qual, a expensas da Universidade de Cambridge, tinha embarcado para uma missão científica, leu os Princípios de Geologia do geólogo britânico mais influente da época, Charles Lyell.
Este tinha ido dar precisamente ao problema de Lamarck, o problema filosófico e científico suscitado pelas extinções de espécies atestadas pelos fósseis. Mas, contrariamente ao zoólogo francês, pensava que as espécies eram fixas e não podiam por isso adaptar-se mudando de forma (...)»*
* Marcel Blanc, Os Herdeiros de Darwin, Editorial Teorema, 1991 (1ª edição francesa, 1990), págs. 23-24.
texto retirado de http://www.harmoniadomundo.net/Ciencias/Biologia.htm
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