sábado, 9 de outubro de 2010

Literatura de Cordel


A fuga

... Saudade dos dias quente
Onde não era arriscado viver lá
Hoje todo mundo corre
Do fogo que queima por lá
Vai queimando as florestas
Sem nos dar explicação
Nos expondo à desolação.


Quem sabe voar tem sorte
Quem é rápido também
Quem rasteja pelo chão azar é o que tem
Mas a natureza que é tão sábia
Sabe repor o seu lugar
Não importa quanto demore
Vida haverá de ter por lá
Hoje a gente corre
Pra amanhã poder voltar


Uma pena é não saber chorar
Pois só quem chora alto
Medo consegue passar
E o gemido traz o socorro
Rápido para salvar
Quem não chora tem que fugir
Do perigo que tem lá
E deixar o que é seu por lá


Morre filho, morre mãe
Planta lá morre também
E essas nem de fuga
Chance tem
Uma tristeza de danar
Ver um matagal se acabar
E sorte a planta tem
da dormência enfrentar
É essa a sua chance do fogo escapar


Mas a fuga nós dá em troca
uma chance de recomeçar
E natureza que é tão sábia
Sabe repor o seu lugar
Não importa quanto demore
Explicação ela haverá de dar
De sucessão é o que chamamos
O que vai acontecer por lá
E onde tinha morte
Vida haverá de renovar

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