terça-feira, 16 de setembro de 2008

Pequeno Glossário do Futebol


Sobre futebol, todo mundo tem alguma coisa a dizer. Até mesmo os neurocientistas e os psicólogos. No ano da Copa do Mundo, pesquisas científicas sérias serviram de base - ou pretexto - para apresentar, de forma bem-humorada, curiosidades a respeito de temas conhecidos pelos adeptos do esporte, como zebra, impedimento e outros.

BALIPODOFOBIA - (Do latim, aversão doentia a futebol) - Entende-se por fobia o medo anormal, irracional, aparentemente injustificado e incontrolável ante determinados objetos ou situações, que vai muito além da ameaça real, se é que ela de fato existe, e que, por isso mesmo, inclui-se entre os chamados transtornos de ansiedade. As fobias podem se voltar contra tudo quanto se possa imaginar, como é o caso da famosa aversão pelo número 13: a triscaidecafobia. A balipodofobia, ou seja, o medo doentio de futebol, não consta de nenhum compêndio de medicina, mas pode ser observada em muita gente por aí, especialmente as mulheres. Embora todas reconheçam a irracionalidade do medo, elas buscam obsessivamente evitar o contato com o agente deflagrador de seu mal, um comportamento que está entre os sintomas típicos das fobias.

BANDO (formação de) - Conhecido na zoologia e no jargão de caça, o conceito descreve o convívio em grupo, como o dos lobos, e é provável que obedeça a um saber instintivo: juntos, somos mais fortes. Há anos, o fenômeno parece ter se transferido para os campos de futebol. Nos bandos futebolísticos, diversos jogadores de um time - em geral, logo seguidos pelos adversários - cercam o trio de arbitragem assim que o apito anuncia uma decisão desfavorável: todos circundam o juiz, gesticulam e põem-se a falar. O mesmo comportamento é observado com freqüência após a marcação de faltas dignas de cartão amarelo ou vermelho. O objetivo principal é demover o juiz da aplicação da pena. "Nós, humanos, também sabemos que, atuando em conjunto, costumamos ser mais convincentes e bem-sucedidos", afirma o psicólogo do esporte Oliver Kirchhof. Além disso, o protesto em bando resulta em perigo relativo menor, uma vez que é pequena a probabilidade de o juiz punir cada um dos queixosos. "A estratégia é conhecida no reino animal e se verifica, por exemplo, em cardumes de peixes, que têm por objetivo a defesa. Eles formam um grupo quase impenetrável, para que cada um não possa ser apanhado separadamente com facilidade", diz Kirchhof. Porém, o que funciona na vida selvagem revela-se contraproducente no gramado. Afinal, os novos estatutos da Fifa já consideram a formação de bando uma infração em si, pela qual no mínimo seu causador primeiro será punido com cartão amarelo.

Por por Ulrich Kraft

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